Segredos de uma lágrima!

“Tua unção e teu Ministério não são de homem, mas do alto, foram forjados no calor do fogo, das batalhas”!

Estava sentada tranquilamente ao lado do meu esposo, na igreja, ouvindo a mensagem que meu pastor trazia, sobre os ungidos de Deus.

Meu coração deu um salto, se comprimiu inteiro, senti que eu inteira estremecia.

Soube imediatamente que essa voz, esse som, não vinha de meu esposo ao meu lado, nem mesmo do pastor no púlpito, mas vinha de dentro de mim. Era uma voz tão doce, tão delicada e ao mesmo tempo tão intensa, sólida, vibrante, viva.

Só conseguia chorar, num misto tão grande de sentimentos, de emoções. Ouvir aquela voz, me falando com aquela intensidade, essas palavras, e num momento tão inesperado, foi ao mesmo tempo um refrigério e um consolo.

Ao mesmo tempo em que ouvia essas palavras fui levada a uma viagem no passado e nas lembranças. Foi como se toda minha vida passasse diante de meus olhos. Revi cada batalha que enfrentei cada luta em que lutei, desertos e vales. Mas o que mais me fazia chorar era ver claramente que em nenhum momento estive só.

A cada batalha que eu tinha enfrentado a minha frente ia um General.

A cada luta que travei, um Guerreiro se posicionava diante de mim.

No deserto e nos vales, Ele caminhava ao meu lado, segurava minha mão, e me guiava em segurança. 

Não raras vezes me carregava no colo. Deitava-se ao meu lado nas longas vigílias de noites escuras e frias.

Quando a escuridão parecia me engolir e as sombras me apavoravam, ali estava Ele me abraçando, me amparando.

Pude ver minhas próprias lágrimas, meus gemidos, quando muitas vezes nenhuma palavra podia ser pronunciada.

Revi todas as vezes que, sem forças, estava estendida no chão a gemer e a chorar. Muitas dessas vezes como um capacho.

Nessas horas as lágrimas eram abundantes e os gemidos mais intensos, mais sofridos, mais dolorosos.

Então pude vê-Lo erguendo-me do chão, recolhendo em um vaso cada uma de minhas lágrimas. Cada uma delas. Nenhuma se perdeu ou foi esquecida. Da mesma forma com cada um dos meus gemidos. Todos recolhidos num mesmo gesto de ternura, carinho e amor.

O olhar refletindo uma dolorida compaixão. Um olhar que revelava conhecer bem o caminho; que dizia “filha eu sei bem o que tu estás passando, também já passei por aqui!”.

No púlpito o Pastor terminava sua mensagem. Confesso que não ouvi mais uma única palavra do que ele dizia, mas a minha mensagem particular eu recebi. Recebi do meu General, do meu Guerreiro, do Homem de Dores, d’Aquele que luta minhas lutas e vai a frente em cada batalha. Aquele que, como Ele mesmo disse, forjou meu Ministério e minha unção no calor do fogo e da batalha. A Ele toda a glória!

Louvado seja o Santo nome do Senhor. Porque ele é Santo! Aleluias!

             Por: Amir S. Monteiro (Mirr@)